De forma leve, lúdica e informativa, O que fazem os bailarinos apresenta aos pequenos leitores o universo desses profissionais tão dedicados. Desde a primeira aula, passando pelos cuidados com a alimentação, o esforço e os equipamentos necessários, acompanhamos Amanda, uma jovem bailarina em treinamento, e seus colegas de companhia, até o grande momento da apresentação final.
Neste roteiro de leitura, você encontrará sugestões de apresentação, abordagens e aprofundamentos possíveis sobre esses temas tão encantadores e artísticos.
Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor."
(EF15LP02) Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio, etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos multissemióticos.
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Para a preparação de leitura, promova um ambiente aconchegante, no qual haja espaço suficiente para que, em momentos específicos, as crianças possam explorar alguns movimentos corporais.
De acordo com a disponibilidade de recursos audiovisuais da escola, faça uso de caixas de som e equipamentos de projeção para apre-sentar as músicas e estéticas que envolvem a obra a ser explorada. Composições clássicas são uma ótima alternativa para sonorização ambiente, auxiliando nas experiências sensoriais que envolvem a prática artística tematizada
A fim de promover uma familiarização com o livro, encaminhe um espaço de diálogo com questionamentos que ativem os conhecimentos prévios dos alunos acerca dos temas em questão. Para isso, pergunte aos estudantes o seguinte:
• Vocês gostam de dançar? Todas as danças são iguais?
• Vocês já viram uma bailarina ou um bailarino?
• Como eram as roupas deles?
• O que vocês acham que precisa ser feito para que alguém se torne um bailarino?
Dica
Para momentos antes da leitura propriamente dita, indicamos esta composição de música clássica:
Flight of the Bumblebee, de Korsakov. Com notas rápidas, o voo da abelha ecoará fisicamente enquanto estimula o movimento.
É possível que, inicialmente, as crianças não estabeleçam a diferença entre as demais formas de dança e o ballet em si. Para elucidar melhor isso, acolha as respostas delas e utilize referências de desenhos animados e filmes do repertório dos estudantes. Também pode haver, em sala, algum estudante de ballet, e, nesse caso, enriqueça a conversa com a turma de forma compartilhada, pedindo aos colegas que questionem ou exponham seus conhecimentos sobre esse tópico. Conecte a condução das respostas com a obra a ser lida, indicando que, a seguir, vocês conhecerão curiosidades muito interessantes desse trabalho por meio da leitura de O que fazem os bailarinos.
Para a familiarização com a obra, folheie o livro com as crianças, detendo-se mais na capa, para explorar, questionando, o título e a ilustração da obra. Para isso, faça as seguintes perguntas aos alunos:
• Qual é a pergunta que dá nome ao livro?
• O que vocês acham que vamos aprender com esse livro?
• Quem está na capa do livro? O que eles estão fazendo?
Os questionamentos contribuem para a criação de uma objetivação de leitura, de modo que as crianças per-cebam as principais informações depreendidas de forma natural e afetiva.
Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor."
Ler e compreender, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor e, mais tarde, de maneira autônoma, textos narrativos de maior porte como contos (populares, de fadas, acumulativos, de assombração, etc.) e crônicas.
Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.
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O que fazem os bailarinos é uma obra informativa que parte da demonstração da rotina de dedicação integral à dança e a tudo ao seu redor: a alimentação, os treinos, os equipamentos, os cuidados, a força, etc. Nesse sentido, a seguir, você encontrará sugestões de abordagens específicas a essas sub temáticas, a fim de contribuir com a prática de interpretação da narrativa e da própria profissão.
Dica
Para a mediação, faça uma primeira leitura conjunta do livro e dê ênfase aos termos em negrito, que são, geralmente, aprofundados a seguir. Eles também reforçam os pontos de atenção nas explicações e contribuem fortemente com a interpretação do todo informativo.
Roupas e equipamentos
A imagem de uma bailarina em seu figurino é, geral-mente, a mais presente no imaginário popular sobre essa arte. Contudo, em O que fazem os bailarinos somos convidados a conhecer mais detalhes sobre os trajes usados, não apenas nos palcos, mas também durante os treinos, abrangendo tanto as vestimentas das bailarinas quanto as dos bailarinos. Nesse contexto, sugerimos que você explore as informações apresentadas na obra, promovendo conexões de leitura entre os textos. Pergunte o seguinte aos estudantes:
• Vocês sabem o que é um tutu?
• O que acham das roupas dos bailarinos?
• Vocês acham que as roupas influenciam os movimentos deles? Eles poderiam usar outros trajes?
É possível que as crianças se detenham mais na imagem que apresenta o figurino da bailarina, mas busque destacar, também, os trajes masculinos, reforçando que meninos também praticam essa modalidade e exercem um papel de força, sem perder a leveza da dança. De maneira geral, questionamentos assim desmistificam o conceito de ser uma modalidade apenas feminina e incentivam um olhar social mais abrangente e de possibilidades aos garotos.
Para saber mais
Como pudemos perceber, ainda que inicialmente, toda a preparação e os equipamentos que envolvem essa linda prática são permeados de muito detalhismo e cuidado. A fim de contribuir para sua prática, nesse sentido, sugerimos alguns artigos disponíveis no blog da Ana Maria Botafogo, bailarina brasileira expoente em sua prática e internacionalmente reconhecida.
Sobre a sapatilha de ponta, por exemplo, Carol Lima (2022), professora de ballet e fisioterapeuta, explica os cuidados na hora da escolha desse item, já que se trata de um dos equipamentos mais importantes para a prática de ballet. A professora explica que, mais do que o equipamento em si, é necessária uma avaliação física para compreender a força da estrutura óssea da praticante. É comum que bailarinas entre dez e onze anos já possam começar as aulas de ponta, mas é indispensável o acompanhamento da força física da aluna, antes de tudo. Posteriormente, o desenvolvimento técnico da aluna é fundamental, já que, como lembra a especialista, a sapatilha não é um acessório qualquer, mas sim um instrumento de trabalho. Dadas as avaliações anteriores, deve-se também pensar que o mito de machucados nos pés das bailarinas é algo do passado. Hoje, as sapatilhas têm uma adequação anatômica muito mais precisa, e, sabendo escolher, todo o conforto aliado ao trabalho e esforço será possível e dará ótimos resultados.
Arte e dedicação
Na obra, também somos apresentados aos cuidados integrais que praticantes dessa modalidade devem adotar — como alimentação, treino e dedicação. Explore esses aspectos da obra, questionando, por exemplo, o seguinte:
• Por que vocês acham que são necessários cuidados com a alimentação para essa dança?
• Vocês acham que é preciso ser forte para dançar ballet? Por quê?
É possível que as crianças se concentrem apenas nos aspectos estéticos da alimentação e do treino, por exemplo. No entanto, conduza a atenção delas para os esforços físicos e os cuidados com a saúde que essa modalidade exige, indo além da aparência superficial.
Para saber mais
Sobre os cuidados fisiológicos, como um todo, a Dra. Bárbara Pessali-Marques comenta a importância da ciência aliada à prática artística e como a busca pela excelência, característica da modalidade, movimenta também campos fundamentais da ciência do movimento.
Para se aprofundar nessa questão, a médica convida os praticantes e entusiastas a pensar como a ciência pode agir em corrigir desconhecimentos do passado: bailarinos se aposentando mais cedo, por exemplo, devido a lesões que, hoje em dia, depois de muitas pesquisas, podem ser evitadas com algumas mudanças de práticas de treinamento. A Dra. Bárbara frisa, ainda, que a ciência não prioriza apenas a arte pela arte, mas alerta que, aliadas, podem potencializar resultados e, principalmente, processos. A partir de sua fala, também se abrem muitos caminhos de atuação em temas correlatos: um apaixonado por dança pode se envolver em sua paixão sem necessariamente dançar, mas sim pesquisando em laboratórios e associando suas experiências e gostos.
Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor."
Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
Planejar e produzir, em colaboração com os colegas e com a ajuda do professor, recados, avisos, convites, receitas, instruções de montagem, dentre outros gêneros do campo da vida cotidiana, que possam ser repassados oralmente por meio de ferramentas digitais, em áudio ou vídeo, considerando a situação comunicativa e o tema/assunto/finalidade do texto.
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Após a leitura do livro, acolha as percepções e os comentários iniciais das crianças, promovendo reflexões de aprofundamento e, principalmente, de percepção desses elementos como frutos de muita dedicação e for-ça de vontade na prática escolhida, criando laços significativos com a obra. Para isso, sugerimos que você aborde os pontos que mais chamaram a atenção dos estudantes:
• Vocês imaginavam que o ballet fosse dessa forma?
• O que mais chamou a atenção de vocês em toda a história?
• Vocês também gostariam de, depois de tanto esforço, ter uma apresentação de sucesso? Como se sentiriam?
É provável que algumas crianças já conheçam ou pratiquem a modalidade, mas de forma adequada à idade, evidentemente. Nesse caso, aproveite a experiência do grupo para pontuar os níveis de crescimento e dificuldade que a dedicação a um objetivo em si demanda. Em casos de nenhuma experiência na turma, mostre como, desde o início, os treinos e o esforço coletivo fazem com que o espetáculo seja um sucesso ao final da obra.
Neste momento, é válido, também, demonstrar esses esforços em ação. Para isso, indicamos a apresentação do The Royal Ballet.
ATIVIDADES
Descrevendo os passos
Com base na proposta de atividade corporal trazida ao final de O que fazem os bailarinos, divida os alunos em dois grupos e oriente-os para que, seguindo o exemplo, criem passos de dança de forma descritiva. Reforçando a sequencialidade, organização, formas de comando escritas e modos verbais, os alunos, a partir de suas orientações de dança, trocarão os passos com o outro grupo, e ambos executarão o que foi descrito. A atividade, além dos aspectos escritos e físicos, também proporciona um momento de conexão e diversão às crianças.
Minha apresentação
Somos levados a refletir sobre como o espetáculo também precisa de aparatos, trabalhadores e cuidados com o espaço para acontecer em seu auge de beleza. Pensando nisso, oriente os alunos para que desenhem o cenário em que gostariam de se apresentar. No livro, o cenário é azul, para remeter à água presente na temática. Reto-me o conteúdo do livro para a orientação da atividade e reforce a intencionalidade na criação artística.
A dança é para todos
Em conjunto com as famílias e com o próprio professor de Educação Física da escola, oriente as crianças a pesquisar grandes nomes da dança nacional e internacional, destacando suas variedades de corpos, gêneros e modalidades. Elas podem levar imagens, pequenos trechos da biografia dos artistas, prêmios recebidos por esses profissionais etc.
Após as pesquisas e acolhida dos materiais, crie, em sala, o mural “Todos entram na dança”, demonstrando as múltiplas possibilidades e benefícios que a modalidade do ballet traz em termos físicos e emocionais.
Para saber mais
Como um norteamento de pesquisa e oportunizando a questão do trabalho de liberdade e prática em ambos os gêneros, sugerimos o Blog Home Dance, que listou dez exemplos da prática do ballet ao redor do mundo, entre homens e mulheres extremamente profissionais.
https://linkja.net/BailarinosMaisConhecidosBallet
Ainda nesse sentido, sugerimos, também, que você exiba para os alunos o filme Billy Elliot, que tematiza a trajetória de um bailarino em relação à sua experiência profissional como um todo.
Dos estudantes
Sugerimos também a exibição da cena final de O lago dos cisnes (citado ao longo da obra), para que as crianças possam contemplar a atuação de uma companhia russa profissional de ballet, com acompanhamento de orquestra, em uma das obras mais primorosas de Tchaikovski.
Dos professores
Professor, para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, sugerimos o artigo a seguir, que destaca, especialmente, o papel do lúdico na Educação Infantil por meio do movimento, considerando-o uma forma importante de aprendizado, apoiada nas práticas do jogo e da dança.
Clique para imprimir o seu roteiro de leitura:
Referências
BILLY Elliot. Direção: Stephen Daldry. Produção: Lee Hall. Reino Unido: BBC Films, 2000. 110 minutos.
FILHO, Hugo Tourinho. Toda criança tem o direito a não ser campeã. Jornal da USP, [S. l.], 1 jun. 2020. Disponível em: https://linkja.net/TodaCriancaDireitoASerNaoCampea. Acesso em: 16 nov. 2024.
FLIGHT of the Bumblebee. Direção: Rousseau. Produção: Nikolai Rimsky-Korsakov. YouTube: [s. n.], 2018. Disponível em: https://linkja.net/FlightOfTheBumblebee. Acesso em: 18 nov. 2024.
KEVININ. Os 10 bailarinos mais conhecidos do mundo do ballet. Blog Home Dance, [S. l.], 20 jul. 2023. Disponível em: https://linkja.net/BailarinosMaisConhecidosBallet. Acesso em: 18 nov. 2024.
LIMA, Carol. A tão sonhada sapatilha de ponta. Ana Botafogo Maison, [S. l.], 15 fev. 2022.
Disponível em: https://linkja.net/SapatilhaDePonta. Acesso em: 18 nov. 2024.
PESSALI-MARQUES, Bárbara. O que é a área das Ciências da Dança?. Ana Botafogo Maison, [S. l.], 7 maio 2021. Disponível em: https://linkja.net/CienciasDaDanca. Acesso em: 18 nov. 2024.
O LAGO dos Cisnes (Swan Lake) – Final. Direção: Nelson Doroso. YouTube: [s. n.], 2006.
Disponível em: https://linkja.net/OLagoDosCisnes. Acesso em: 16 nov. 2024.
SWAN Lake – Act II pas de deux. Produção: Royal Ballet and Opera. YouTube: [s. n.], 2020.
Disponível em: https://linkja.net/OLagoDosCisnes. Acesso em: 18 nov. 2024.