Viajantes é um livro que explora a migração de animais ao redor do mundo, apresentando espécies como o caranguejo-vermelho, a zebra-das-planícies, a andorinha-de-celeiro, o grande tubarão-branco, o grou-comum, a rena e a borboleta-monarca. Com ilustrações vibrantes e informações detalhadas sobre rotas, distâncias e adaptações, a obra revela os desafios e as estratégias dessas incríveis jornadas.
Este Roteiro de Leitura propõe atividades lúdicas e investigativas para despertar a curiosidade das crianças, conectando-as à natureza e ao fascinante mundo das viagens dos animais.
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Para conduzir de forma eficaz a mediação da leitura, é importante que você se aprofunde previamente em temas como a migração, pois isso contribui para uma abordagem mais rica e contextualizada das obras e das discussões em sala de aula. A migração, tanto humana quanto animal, oferece um vasto campo de reflexões e comparações; para isso, destacamos algumas informações extras que podem enriquecer o aprendizado. A seguir, você encontrará detalhes sobre o fascinante fenômeno da migração dos animais, que demonstram habilidades incríveis para percorrer longas distâncias com uma precisão impressionante. Tais bichos, como aves, borboletas e tartarugas, são guiados por uma combinação de instinto, memória geográfica e aprendizado ao longo da vida, utilizando mapas internos e bússolas naturais, como o sol e o campo magnético da Terra.
Para saber mais
Como os animais migratórios sabem para onde ir
A migração dos animais é um fenômeno impressionante e, muitas vezes, intrigante. Animais migratórios, como pássaros, borboletas e tartarugas, conseguem percorrer longas distâncias, retornando a locais específicos com precisão surpreendente. Mas como eles sabem exatamente para onde ir?
Memória, instinto e aprendizado
Os mecanismos que guiam os animais migratórios variam entre as espécies. Alguns, como as tartarugas marinhas, dependem de uma memória geográfica inata para encontrar o caminho de volta às praias onde nasceram. Já espécies como as aves combinam o instinto com o aprendizado ao longo de suas vidas, observando as estrelas, o sol e até o campo magnético da Terra para se orientar.
Mapas internos e bússolas naturais
Pesquisas mostram que muitos animais possuem um tipo de “mapa interno”, o qual tem como base pistas ambientais e sensoriais que os ajudam a navegar. Além disso, algumas espécies, como as borboletas-monarcas, utilizam o sol e o campo magnético terrestre como bússolas naturais. Essa habilidade permite que elas completem jornadas de milhares de quilômetros, mesmo sem contato com gerações anteriores que realizaram o mesmo trajeto.
Adaptações incríveis
Durante a migração, os animais demonstram adaptações impressionantes, como a capacidade de armazenar energia para viagens longas, identificar rotas seguras e se comunicar com outros membros do grupo. Esses comportamentos mostram o quanto a migração é fundamental para a sobrevivência e a perpetuação das espécies.
Desse modo, a compreensão sobre como os animais migratórios sabem aonde ir continua sendo um tema fascinante para cientistas e entusiastas da natureza, revelando a complexidade e a inteligência do mundo natural (Terra, 2024).
Antes de iniciar a leitura do livro sobre animais viajantes, crie um momento de exploração, estimulando os estudantes a levantar hipóteses sobre o conteúdo. Algumas perguntas podem incluir:
• O que vocês sabem sobre migração de animais?
• Vocês sabem o que é migração?
• O que será que motiva os animais a migrarem?
• Vocês acham que todos os animais migratórios têm o mesmo destino ou comportamento? Por quê?
Converse sobre o conceito de migração, acolha as respostas e conecte-as ao tema do livro. Aproveite-as também para destacar como as migrações variam entre as espécies, introduzindo a ideia de que cada animal tem suas próprias rotas e estratégias, o que será explorado durante a leitura.
Ao explorar a capa, o título e as ilustrações do livro, incentive os estudantes a antecipar o enredo e refletir sobre o que o livro pode revelar:
• Por que vocês acham que o livro se chama Viajantes?
• Para que será que eles viajam?
• Será que todos os animais mudam de lugar?
• Como será a jornada desses animais?
Glossário
mi-gra-ção
1. Movimentação de um povo, ou de um grande número de pessoas, para um país diferente, ou a uma região diferente dentro desse mesmo país, geralmente motivada por razões políticas ou econômicas; inclui a imigração (movimento de entrada) e a emigração (movimento de saída).
2. Deslocamento sazonal de populações animais de uma região a outra.
Essas perguntas ajudam a criar uma conexão com o livro e a desenvolver habilidades de antecipação e inferência, preparando os estudantes para uma leitura mais imersiva e crítica.
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Rotas e distâncias impressionantes
Os animais migratórios apresentados no livro percorrem trajetos extraordinários. Eles cruzam continentes e oceanos em busca de alimento, abrigo ou condições ideais para reprodução. Suas jornadas, muitas vezes desafiadoras, destacam a resistência e as adaptações únicas de cada espécie para enfrentar grandes distâncias e condições adversas.
Andorinha-do-Ártico: voa de 40.000 a 80.000 km por ano, seguindo o verão entre o Polo Norte e o Polo Sul. Sua cauda bifurcada e suas asas longas permitem voos rápidos e manobras precisas, além de serem importantes para impressionar potenciais parceiros.
Borboleta-monarca: realiza uma jornada de 4.500 km até o México, usando correntes de ar quente e armazenando veneno em seu corpo como defesa. Milhões de borboletas se reúnem em árvores para se aquecer no inverno.
Salmão Chinook: nasce em água doce, viaja milhares de quilômetros ao oceano e retorna ao mesmo local de nascimento para se reproduzir.
Estratégias de sobrevivência
Os animais adotam estratégias fascinantes para garantir sua segurança durante longas jornadas. Essas adaptações incluem formas de se proteger contra predadores, enfrentar condições climáticas extremas e garantir a sobrevivência de seus grupos. Tudo isso revela a inteligência e a resiliência dessas espécies. Vejamos a seguir alguns exemplos.
Zebra-das-planícies: seu padrão de listras confunde predadores como leões, de modo a dificultar os ataques. Além disso, as zebras também formam grandes grupos para aumentar a segurança.
Caranguejo-vermelho: essa espécie viaja em massa na Ilha do Natal, cobrindo até 4 km para se reproduzir. Constrói túneis para se proteger da seca, e sua carapaça cresce ao longo dos anos, sendo renovada periodicamente.
Rena: percorre até 2.000 km no inverno, viajando em rebanhos para encontrar comida em áreas menos frias. Seus pelos ocos ajudam a proteger do frio.
Glossário
dor-so
1. Parte posterior do tronco humano, entre os ombros e os rins; costas.
2. Parte superior ou posterior de diversas formações anatômicas.
3. Nos vertebrados, parte ao longo da qual corre a coluna vertebral; espinhaço.
4. A parte posterior de qualquer objeto; reverso.
dos·sel
1. Cobertura formada pelas copas das árvores.
lí·quen
1. Qualquer indivíduo de um grupo de plantas talófitas que vivem como epífitas sobre superfícies como troncos de árvores, pedras, muros, etc., e são organismos mistos; consistem em um fungo que vive simbioticamente com uma alga.
pai·rar
1. Sustentar-se (uma ave) no ar, de asas abertas e aparentemente sem agitá-las; adejar.
sei·xo
1. Fragmento arredondado de rocha ou mineral, cujo diâmetro é maior do que quatro e menor do que 64 mm; cascalho.
2. Pedra pequena e arredondada, usada em jardinagem e paisagismo.
trom·be·te·ar
1. Tocar algo na trombeta ou tocar trombeta.
2. Imitar o som da trombeta.
3. Fazer alarde de; anunciar, apregoar, divulgar.
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O momento pós-leitura é uma oportunidade para acolher as percepções dos estudantes e, a partir delas, promover reflexões significativas. O diálogo deve ser flexível e guiado pelas contribuições dos estudantes, permitindo que se conectem ao tema de maneira pessoal e criativa. Nesse contexto, seguem sugestões de temas e algumas questões disparadoras:
Migração animal:
• O que mais chamou a atenção sobre as viagens dos animais?
• Quais desafios vocês acham que eles enfrentam durante a migração?
• De acordo com o livro, por que esses animais precisam viajar tão longe?
Conexão com a natureza:
• Como as mudanças no clima ou no ambiente podem afetar as rotas migratórias dos animais?
• Vocês acham que os seres humanos podem ajudar os animais migrantes? Como?
Relação com os seres humanos:
• Vocês conhecem histórias de pessoas que migraram para outros lugares? Por que elas precisaram se mudar?
• Que semelhanças existem entre as migrações humanas e as dos animais?
• Assim como os animais buscam lugares para viver e se alimentar, o que os humanos procuram ao migrar?
Os estudantes podem mencionar que ficaram impressionados com as longas distâncias percorridas pela andorinha-do-Ártico e pela borboleta-monarca, por exemplo, ou com os desafios enfrentados, como predadores, clima adverso e falta de alimento. Alguns podem associar as mudanças climáticas à dificuldade dos animais em encontrar recursos ou habitats adequados. Outros podem sugerir que os humanos podem ajudar criando áreas protegidas ou reduzindo impactos ambientais. Na relação com migrações humanas, as crianças podem compartilhar histórias de familiares ou conhecidos que mudaram de lugar em busca de melhores condições, relacionando isso à busca dos animais por sobrevivência.
É importante acolher as respostas e complementá-las com informações do livro, explicando como as migrações são essenciais para o equilíbrio dos ecossistemas e como os humanos podem contribuir com ações de conservação.
ATIVIDADES
Relatos e histórias das grandes viagens
Divida a proposta em dois momentos:
1. Texto jornalístico
Proponha aos estudantes que escrevam um pequeno texto jornalístico sobre um dos animais migratórios apresentados no livro. O objetivo é que expliquem as rotas percorridas, as adaptações do animal e os de-safios enfrentados utilizando uma linguagem clara e informativa. Oriente-os a incluir curiosidades, como distâncias percorridas ou hábitos únicos, para tornar o texto mais interessante.
2. Narrativas criativas
Após explorar a parte informativa, peça que criem uma narrativa ficcional em primeira pessoa, imaginando como seria a jornada de um desses animais. Nesse momento, incentive descrições do que o animal vê, sente e enfrenta, adicionando elementos de emoção e aventura. Por exemplo: uma zebra pode descrever a tensão de atravessar regiões com predadores ou um tubarão-branco pode contar suas experiências explorando os vastos oceanos.
Os textos jornalísticos e as narrativas serão usados como base para o Jornal das Grandes Viagens (projeto de vídeo jornalístico). Cada grupo poderá adaptar os textos como roteiros, a fim de criar reportagens que com-binem informações científicas com narrativas envolventes, garantindo um trabalho criativo e colaborativo.
Rota visual dos viajantes
Transforme a atividade em uma colagem criativa que combine ilustrações feitas pelos estudantes com elementos impressos, tornando a atividade ainda mais dinâmica e visualmente rica.
1. Escolha do animal
Divida a turma em grupos. Cada um selecionará um animal do livro para representar sua rota migratória.
2. Base da colagem
Utilize um mapa-múndi grande como base, colado em um painel ou uma cartolina. Cada grupo pode traçar o trajeto do animal escolhido no mapa, utilizando fios de lã, fitas coloridas ou marcadores.
3. Criação dos elementos
Os estudantes podem desenhar o animal escolhido e outros elementos do habitat, como plantas ou paisagens, ou adicionar impressões de imagens reais, como fotos de biomas, texturas (areia para o deserto, gelo para regiões polares) ou ícones representando barreiras geográficas, como montanhas e oceanos.
4. Montagem criativa
Na montagem, os estudantes podem misturar suas ilustrações com os elementos impressos, de modo a criar uma composição visual vibrante e personalizada para cada rota. Incentive o uso de materiais variados, como tecidos, recortes de revistas e papéis coloridos, para dar textura e destaque.
As colagens produzidas serão utilizadas como cenários ou materiais de apoio na proposta seguinte, que é o vídeo jornalístico sobre a travessia dos animais. Os estudantes poderão usá-las para ilustrar as rotas, os habitats e os desafios retratados nas reportagens.
Jornal das Grandes Viagens
Como produto final, os estudantes podem criar um vídeo em estilo jornalístico retratando as travessias dos animais do livro. Divida a turma em equipes com diferentes funções:
1. Repórteres
Apresentam os dados sobre a migração dos animais, como distâncias percorridas e desafios enfrentados.
2. Câmera e edição
Filmam e editam o material, incluindo imagens dos mapas ou ilustrações criadas na atividade anterior.
3. Entrevistas fictícias
Alguns estudantes podem interpretar os próprios animais, “contando” suas histórias, por exemplo: “Eu sou a borboleta-monarca e viajo mais de 4.000 km todo ano!”.
O vídeo pode ser exibido para a escola e as famílias em um evento especial ou compartilhado em plataformas digitais, de modo a promover a criatividade e a interdisciplinaridade.
Dos estudantes
Para complementar o estudo sobre migrações de animais, recomendamos o vídeo As maiores migrações animais já vistas, que traz informações sobre alguns dos animais apresentados no livro, além de outros exemplos fascinantes de migração no reino animal.
O vídeo pode ser acessado em:
Dos professores
Para enriquecer a proposta do vídeo jornalístico e o trabalho com textos informativos e narrativos, indicamos o artigo A Produção Textual em Sala de Aula: Algumas Reflexões, de Luciana Mello da Silva. O texto aborda a importância de trabalhar com gêneros textuais variados, conectando-os às tecnologias da comunicação e às práticas educativas.
Você pode acessá-lo em: https://linkja.net/producao-de-video.
Além disso, indicamos dois artigos que abordam o tema de animais viajantes de forma complementar. O texto Migração de animais mostra um planeta sem fronteiras destaca um projeto internacional que monitora as rotas de centenas de espécies, revelando como as migrações conectam ecossistemas e evidenciam a interdependência da vida no planeta.
Já o artigo Espécies migratórias: quase metade está em declínio aborda os impactos das atividades humanas nos processos migratórios, como mudanças climáticas e degradação de habitats. Além disso, propõe sete ações prioritárias para proteger, conectar e restaurar os habitats usados pelas espécies migratórias.
Migração de animais mostra um planeta sem fronteiras está disponível em: https://linkja.net/migracao-elpais.
Espécies migratórias: quase metade está em declínio pode ser acessado em: https://linkja.net/especies-migratorias.
Referências
ANSEDE, M. Migração de animais mostra um planeta sem fronteiras. EL PAÍS BRASIL. Disponível em: https://linkja.net/migracao-elpais. Acesso em: 11 dez. 2024.
MELLO DA SILVA, Luciana. A produção textual em sala de aula: algumas reflexões. 2011. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Letras) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2011. Disponível em: https://linkja.net/producao-de-video. Acesso em: 11 dez. 2024.
MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. UOL. Disponível em: https://linkja.net/michaelis. Acesso em: 10 dez. 2024.
MYPLANET. Espécies migratórias: quase metade está em declínio. Disponível em: https://linkja.net/especies-migratorias. Acesso em: 11 dez. 2024.
KAISER, Wendy. Conteúdo publicado no Pinterest. Disponível em: https://linkja.net/esquema-rotas-migratorias/. Acesso em: 19 dez. 2024.
TEACH BESIDE ME. Mapa e colagem. Pinterest. Disponível em: https://linkja.net/mapaecolagem. Acesso em: 11 dez. 2024.
TERRA. Como os animais migratórios sabem para onde ir. Terra, 2024. Disponível em: https://linkja.net/animais-migratorios. Acesso em: 16 dez. 2024.
UNIVERSO INTERESSADO. As maiores migrações animais já vistas. YouTube. 1 vídeo (6min 29s). Publicado em: 17 jan. 2023. Disponível em: https://linkja.net/maiores-migracoes. Acesso em: 11 dez. 2024.
