O mundo das meias narra a história de um lugar onde todas as meias vivem em pares com seus iguais – e entendem que é exatamente assim que a vida deve ser. Tudo é organizado e tranquilo, até que Mostarda, o cachorrinho da família, bagunça tudo ao derrubar a gaveta das meias e as espalhar pelo quarto! De repente, meias completamente diferentes precisam interagir com as outras, lidando com características, gostos e interesses diversos.
Uma história encantadora sobre aceitação e respeito, que mostra de forma colorida e divertida como é possível conviver bem com as diferenças. Neste roteiro, você encontrará sugestões de perguntas, brincadeiras e músicas que potencializam o trabalho sobre diversidade com as crianças.
Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor."
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Estabelecer expectativas em relação ao texto que vai ler (pressuposições antecipadoras dos sentidos, da forma e da função social do texto), apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre as condições de produção e recepção desse texto, o gênero, o suporte e o universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.), confirmando antecipações e inferências realizadas antes e durante a leitura de textos, checando a adequação das hipóteses realizadas.
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Identificar o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos expressivos gráfico-visuais em textos multissemióticos.
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Para a preparação da leitura, recomendamos que você ensaie a leitura do livro em voz alta, prestando atenção ao ritmo e à entonação. Cada meia tem uma personalidade, assim, é interessante que essas características sejam destacadas por meio de variações da voz. Você pode fazer uma voz mais animada para a Meia Roqueira e uma voz mais calma para a Meia Ioga, por exemplo.
Caso seja possível, prepare o ambiente de forma aconchegante, com um tapete e almofadas. Pode-se, ainda, espalhar algumas meias coloridas pelo espaço no qual acontecerá a leitura coletiva.
Para desenvolver a familiarização com o tema, estimule um momento de troca de opiniões e prepare as crianças para que se conectem com os temas principais dessa história: a aceitação das diferenças, o respeito e a convivência com a diversidade. Assim, você pode fazer as seguintes perguntas:
• Todas as pessoas são iguais?
• Gostam de conversar e brincar com crianças que são bem diferentes de vocês? Ou se sentem mais à vontade com crianças mais parecidas e que gostam das mesmas coisas que vocês?
• Como acham que seria o mundo se todas as pessoas fossem iguais?
Você pode levar para a sala de aula meias soltas, sem o respectivo par, e propor uma brincadeira na qual as crianças devem encontrar novas combinações de meias. Isso pode ser feito com meias reais ou meias dese-nhadas em papel. Ao final da atividade, pergunte como se sentiram formando pares com meias diferentes. Isso pode abrir espaço para conversar sobre o tema do livro de forma lúdica e envolvente, antes mesmo de dar andamento à leitura.
Para fazer a leitura inferencial, mostre a capa do livro e peça que uma das crianças leia o título. A seguir, faça estas perguntas:
• Onde vocês acham que fica o mundo das meias?
• As meias que aparecem na capa do livro são iguais ou são diferentes entre si?
• Que emoções elas aparentam sentir?
• O que acham que acontece quando colocamos meias muito diferentes todas juntas?
• Já imaginaram ter uma gaveta de meias na escola?
• O que fariam se tivéssemos uma caixa com meias na sala de aula?
Os estudantes podem responder que, na capa, as meias são diferentes e que aparentam, por exemplo, alegria, vergonha ou medo. Ao indicarem essas emoções, pergunte por que consideram que as meias estão se sentindo desse modo e converse sobre as expectativas deles em relação ao que acontecerá na história.
Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor."
Relacionar texto com ilustrações e outros recursos gráficos.
Inferir o sentido de palavras ou expressões desconhecidas em textos, com base no contexto da frase ou do texto.
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Dica
O tipo de leitura que você fará pode variar conforme a proficiência leitora da turma. Observe, a seguir, duas opções:
• Em turmas que ainda estão desenvolvendo as habilidades de leitura, pode-se fazer a leitura completa, modelando a entonação e o ritmo de leitura. Utilize esses recursos para envolver as crianças na história e para que sirva de modelo de leitura literária e em voz alta.
• Em turmas que apresentam habilidades de leitura mais consolidadas, pode-se ler parte do texto e convidá-los a ler trechos específicos de cada uma das meias, ajudando a dar vida aos personagens e promovendo a participação ativa da turma durante a leitura.
Vocês concordam?
Durante a leitura, e especialmente na releitura, faça pausas trazendo perguntas conceituais ou opinativas aos estudantes. Por exemplo, na página retratada a seguir, há uma fala das meias: “Melhor ficar com quem é idêntico a nós, assim não acontecem desagradáveis surpresas”. Ao ler essa frase, pode-se questioná-los se concordam com essa afirmação.
O que isso significa?
Há também a potencialidade de se trabalhar com a ampliação de vocabulário dos estudantes, com foco na diversidade de adjetivos utilizados no livro (exemplos: ermitã e esnobe). É importante incentivá-los a deduzir o sentido com base no contexto: “Por que será que a Meia Ermitã prefere ficar sozinha?”. Isso fortalece habilidades de inferência.
Consegue escutar?
Além disso, é interessante trabalhar com questões sensoriais. Por exemplo, enquanto lê os trechos da Meia Roqueira e da Meia Ioga, incentive-os a fechar os olhos e a imaginar os sons contrastantes de uma guitarra e a atmosfera proveniente de um ambiente silencioso e tranquilo. Essa prática sensorial pode estabelecer uma conexão mais profunda com a história e desenvolver a empatia com os personagens.
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Glossário
er-mi-tão
Essa palavra se origina do termo “eremita”, que significa: “Indivíduo que evita a convivência social e vive sozinho; ermitão, solitário” (conforme dicionário Michaelis da Língua Portuguesa). É interessante saber que essa também é uma “denominação comum a vários crustáceos decápodes (…). Protegem-se dos agressores, abrigando-se em conchas vazias de moluscos gastrópodes, que trocam à medida que crescem (…)”.
es-no-be
Segundo o dicionário Michaelis da Língua Portuguesa, “diz-se de ou indivíduo que age com esnobismo, com afetação: sempre foi uma pessoa esnobe. A cinemateca estava cheia de esnobes para ver a mostra”. Assim, a palavra “esnobe” pode ser usada para falar de uma pessoa que se sente superior a outras por motivos diversos, como classe social, níveis de educação ou outras áreas sociais.
Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de literatura e por outras produções culturais do campo e receptivo a textos que rompam com seu universo de expectativas, que representem um desafio em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações dadas pelo professor."
Expressar-se em situações de intercâmbio oral com clareza, preocupando-se em ser compreendido pelo interlocutor e usando a palavra com tom de voz audível, boa articulação e ritmo adequado.
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Após a leitura, é importante proporcionar um momento de diálogo sobre as temáticas abordadas no livro, em especial a diversidade e a convivência com o que é diferente. Para isso, retome a questão feita durante a leitura:
• Agora que já conhecem a história completa, acham que é melhor ficar com quem é idêntico a nós, assim não acontecem desagradáveis surpresas?
• Ao final da história, as meias ainda pensam desse modo?
Com base nas respostas das crianças, traga outras perguntas, como:
• O que acharam mais interessante sobre como as meias interagiram entre si?
• Vocês acham que é possível aprender algo com alguém que pense de maneira diferente? Por quê?
• O que podemos fazer no dia a dia de nossa turma para respeitar as diferenças que há entre os colegas?
Nesse diálogo, observe se as crianças percebem que, no livro, cada meia representa um tipo de pessoa, com gostos, personalidades e comportamentos diferentes. Essa diversidade é intencional e importante, pois o autor a contempla para mostrar que podemos conviver e aprender uns com os outros, mesmo com aqueles que são diferentes de nós.
ATIVIDADES
Meias narradoras
Relembre com a turma os principais acontecimentos desta história e peça-lhes que organizem os eventos em ordem cronológica, destacando o que acontece no início, no meio e no fim da narrativa.
Converse sobre o cenário no qual a história acontece (a gaveta, o quarto, a bagunça após a queda da gaveta) e pergunte aos estudantes:
• Como o ambiente influencia a narrativa?
• Como seria a história se acontecesse em outro lugar (por exemplo, no quintal ou na máquina de lavar)?
• E se a história se passasse em outro momento (por exemplo, durante uma festa ou mudança de casa)?
Depois, questione-os como seria a história se uma das meias fosse a narradora. Ouça a percepção deles e faça um exercício de reescrita de um trecho da história a partir da perspectiva de uma das meias, incentivando a troca de papéis narrativos. Para isso, peça que cada um escolha uma meia e tente contar a história do ponto de vista dela.
A personalidade da minha meia
Convide os estudantes a criarem suas “meias personalizadas”, com características que refletem a personalidade deles, seus interesses e gostos. Peça que cada criança leve para a escola um par ou um pé de meia que está perdido, pode ser dela ou de algum parente. Cada meia pode ter uma característica especial que a represente (por exemplo, “Meia Leitora”, “Meia Artista”, “Meia Esportiva”). As produções podem ser desenvolvidas com reais, colagens ou desenhos. Proporcione um momento especial para que cada criança apresente sua meia. Retome a questão da diferença que faria se cada uma dessas meias fosse a narradora da história.
Acervo de meias
Proponha às crianças que criem, coletivamente, o “Mundo das meias” da turma, com uma caixa ou uma gaveta. Esse pode ser um espaço para guardar as meias produzidas e torná-las parte do acervo de brinquedos da turma.
Dos estudantes
A música pode criar uma boa ambientação sonora para os momentos de produção das crianças. Confira no link a seguir uma seleção de 17 músicas infantis sobre ser diferente feita pelo portal Lunetas.
Dos professores
Para justificar a importância de trabalhar a diversidade, assista ao vídeo Promover a diversidade na escola se faz por meio do convívio, com o professor e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) Alípio Casali.
Clique para imprimir o seu roteiro de leitura:
Referências
MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em: https://michaelis.uol.com.br. Acesso em: 3 out. 2024.
PROMOVER a diversidade na escola se faz por meio do convívio, afirma pesquisador. [S. l.:, s. n.], 17 jul. 2018. 1 vídeo (9 min). Publicado pelo canal Instituto Claro. Disponível em: https://linkja.net/diversidade. Acesso em: 2 out. 2024.
‘SÓ eu sou eu’: 17 músicas infantis sobre ser diferente. Lunetas, 13 abr. 2023. Disponível em: https://linkja.net/Lunetas. Acesso em: 2 out. 2024.